Uma das principais ações implantadas nas empresas que começam a trabalhar diversidade e inclusão é a estruturação de comitês. Sejam grupos temáticos de afinidade ou um comitê de diversidade generalista, são uma iniciativa frequente. E podem ser uma ferramenta poderosa para iniciar o debate de diversidade e inclusão nas empresas.
Confira a seguir algumas dicas para estruturar um comitê de diversidade que consiga engajar pessoas, e também como fazer esse engajamento se sustentar no longo prazo.
O que é um comitê de diversidade?
O comitê é basicamente uma equipe formada por membros diversos e com diferentes feedbacks e que é responsabilizada a auxiliar em mudanças culturais que são importantes na empresa. Esses grupos tendem a se encontrar regularmente, visando debater e compreender quais são as pautas necessárias a serem tratadas na companhia, além de acompanhar o que já tem sido feito na área, dentro da organização.
É importante que um comitê seja composto de fato com pessoas diversas, de diferentes grupos, para que todas as pautas principais sejam observadas. Além disso, o comitê de diversidade precisa ter uma liderança bem estabelecida e, para evitar que o grupo seja isolado e tenha mudanças efetivas, é importante que essa liderança seja composta por seniores e/ou pessoas influentes dentro da sua composição.
Visão clara do cenário de D&I da empresa
É essencial que antes de criar o comitê, a empresa entenda em que patamar, em termos de diversidade e inclusão, ela se encontra. A razão para a importância de que isso seja feito previamente, é principalmente a possibilidade de estabelecer metas e acompanhar os resultados provenientes do comitê. Ou seja, é importante que haja um diagnóstico de diversidade na organização.
Buscar um sponsor
Sponsor é uma Sponsor palavra do inglês que pode significar padrinho, ou patrocinador. E em comitê de diversidade, o sponsor tem esse papel: apadrinhar as iniciativas e incentivar outras pessoas a participarem. Um sonho de qualquer responsável por um comitê de diversidade é conseguir um “patrocinador” interno que esteja no conselho ou na diretoria da empresa, pois assim é muito mais provável que a iniciativa pegue tração e se perpetue, fazendo parte também da estratégia da empresa.
Assim, se você deseja estruturar um comitê de diversidade na sua empresa, busque o apoio de lideranças que se identifiquem com esse tema. Atualmente, muitos líderes recebem inclusive metas relacionadas ao tema, e o suporte de um sponsor pode ser o apoio que o seu comitê precisa para decolar.
Nem sempre convencer um diretor, VP ou CEO a ser patrocinador de diversidade é uma tarefa fácil. Por isso, busque demonstrar o valor dessas iniciativas através de dados que comprovam a importância da diversidade para os negócios. Para te ajudar, reunimos aqui algumas dicas sobre isso.
Por que o comitê é de interesse da liderança?
O comitê de diversidade é uma ferramenta para melhor desenvolvimento dos colaboradores, melhora o ambiente de trabalho e, consequentemente, aumenta a qualidade dos serviços prestados pelos colaboradores, tal como seus resultados.
Quais os benefícios de criar um comitê de diversidade?
Tendo em vista a composição do comitê de diversidade, tal como os objetivos propostos pela formação do mesmo, podemos destacar diversos benefícios, dentre eles:
- Novos pontos de vista e possibilidade de inovações positivas para a empresa;
- Redução de conflitos internos relacionados a preconceitos, dentre outros;
- Aumento do engajamento e resultados apresentados dos colaboradores;
- Formação de uma cultura empresarial diversificada;
- Reconhecimento positivo dos clientes em relação aos resultados e propostas mais representativas do comitê.
Participação dos colaboradores no comitê de versidade ajuda o engajamento
Como foi citado também no tópico anterior, um dos benefícios da criação do comitê de diversidade, é justamente o potencial aumento dos colaboradores e é simples de compreender o porquê.
Suponhamos que o ambiente de trabalho anteriormente não ouvia as necessidades dos diferentes grupos que compunham a empresa, não sabiam de suas dificuldades e essas pessoas viviam passando por inúmeras situações desagradáveis em silêncio.
Com o comitê em pleno funcionamento, é mais fácil que todos esses incômodos e problemas sejam ouvidos e resolvidos. Consequentemente, o ambiente de trabalho vai se desenvolvendo positivamente, tais como os componentes da empresa.
Estruturar o comitê de diversidade
Tendo ou não um sponsor, um passo essencial para que o comitê de diversidade funcione é planejar as ações. Para isso, é fundamental conhecer o perfil do seu público interno – um diagnóstico de diversidade pode ajudar muito nisso. Além disso, entender a fundo as expectativas dos colaboradores e a cultura organizacional também será muito importante.
A partir daí, será necessário estruturar o propósito, missão, valores e objetivos do comitê de diversidade. Afinal, se queremos que as pessoas participem, isso precisa dialogar com o que elas acreditam, certo?
Organizar os encontros
Uma vez planejado o comitê de diversidade, chegou a hora de colocá-lo em prática. Convidar as pessoas com antecedência, fazer uma divulgação atraente e deixar as pessoas à vontade para participarem serão itens obrigatórios no seu checklist. Será importante neste momento se preocupar com a representatividade: as pessoas precisarão se sentir confortáveis para participar, e isso acontece mais naturalmente quando elas podem se reconhecer naquele espaço.
O próximo passo é estruturar, antes do encontro, uma pauta bem definida. E, dependendo do nível de conhecimento interno dos colaboradores sobre o tema, pode ser importante fazer algumas ações de nivelamento, como treinamentos sobre diversidade e conceitos gerais.
Ao final de cada encontro, procure sempre propor algumas “lições de casa” que os participantes deverão cumprir até a próxima reunião. Isso manterá o tema na memória das pessoas e aumentará o comprometimento.
Por fim, não se esqueça de coletar feedbacks dos participantes. Isso será essencial para compreender e definir fatores como: atratividade dos temas, linguagem, periodicidade dos encontros etc.
Manter o engajamento
Outro grande sonho de quem organiza um comitê de diversidade é manter as pessoas engajadas e participando. Para isso, é importante considerar os cinco pilares do engajamento e manter esse modelo sempre em mente. Estabeleça indicadores claros para medir a satisfação, assiduidade e relevância dos comitês. Pense também em outras iniciativas que ajudem a manter o engajamento em alta.
Criar políticas de diversidade para a empresa, olhar com cuidado para recrutamento e retenção, conscientizar e sensibilizar a liderança e principalmente comunicar bem internamente antes de falar para fora, são pontos que vão levar o seu programa de diversidade a outro patamar.
Como está esse debate aí na sua empresa? Já existe algum comitê de diversidade estruturado? Conta pra gente!