Sinais que você deve transformar sua cultura organizacional

Vamos supor que algo acontecesse no mundo e te obrigasse a ficar alguns anos em casa (qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência).

 

Aí quando você resolver sair, vai procurar uma roupa para este grande momento e abre o armário, revira tudo, abre as gavetas e na hora do grande momento…nada te agrada. É…talvez você precise dar uma renovada nas suas roupas.

Seja por elas estarem velhas, por você ter mudado de peso ou simplesmente porque você mudou durante esses anos.

Talvez, as roupas não refletem mais quem você se tornou.

O nosso guarda-roupa da cultura possui vários elementos (propósito, valores, histórias, ritos, símbolos…). Se você quiser se aprofundar sobre os elementos da cultura veja mais aqui: Os elementos da cultura organizacional.

Alguns guarda-roupas são enormes, cheio de itens para cada um dos elementos, outros são mais simples e mais diretos. Nenhum deles é melhor ou pior, ele precisa combinar com você, com seu estilo de cultura e com a sua estratégia.

Não queremos incentivar o consumo desenfreado, mas sabemos que algumas horas precisaremos repaginar o armário. Podemos fazer isso comprando acessórios para combinar, podemos reformar alguma peça, participar de um bazar, trocar com alguém, ou por último até comprar novas.

O problema começa quando alguns destes elementos ficam escondidos no fundo do armário ou quando eles estão ali, bem à mostra, mas você gostaria de jogar fora (ou doar), mas aquele apego emocional não deixa. Não falo aqui de elementos úteis que usamos em ocasiões especiais (aquele rito da festa de fim de ano ou aquele símbolo de premiação para quem chega a 30 anos de trabalho na empresa, o TownHall com líderes para reorganizar a estratégia), estes tipos de rituais que acontecem mais raramente mas não deixam de ser muito importantes. Falo daqueles que só acumulam pó, nem você entende porque está ali, pois não combinam mais com você e não permitem que elementos mais úteis a sua estratégia tenham espaço no seu guarda-roupa.

Será que minha cultura está desatualizada?

Se você nem sabe as roupas que tem no armário ou se você usa muito pouco ou nem sabe quando vai usar (aquela fantasia que fez sentido na festa do colégio em 1998), ou se sabe que tem, gostaria de usar, mas quando usa sofre um leve bullying, sinto informar, você precisa se repaginar. 

No caso da cultura organizacional temos critérios para verificar isto nos nossos projetos de transformação e saber se os sinais de transformação chegaram na sua empresa:

1. Conhecimento: As pessoas conhecem os elementos da cultura? Se as pessoas não conhecem os elementos da sua cultura provavelmente elas não vão usá-los.
2. Consistência: Recrutamento, Onboarding, desenvolvimento, promoção, desligamento…? Se utilizamos elementos em uma etapa da jornada do colaborador e não usamos em outra, começamos a criar arestas que enfraquecem a cultura.
3. Adesão: Todos os grupos/áreas e em todas as hierarquias/localidades as pessoas participam e têm oportunidade de vivenciar estes elementos da cultura? Se temos pouca adesão para algum ou vários destes elementos provavelmente estamos ficando desatualizados.

Estes elementos precisam andar em conjunto durante toda a jornada do colaborador.

 

Frases de cultura organizacional

Em nossos projetos de consultoria de cultura organizacional percebemos várias frases jargão em fica claro que cultura da empresa precisam ser fortalecida e muitas vezes transformadas, pôs já não fazem mais sentindo ou estão espalhadas de forma diferente em cada setor, ou unidade. Confira:

Propósito

 

Conhecimento

“A empresa só tem visão, nem temos propósito definido.”

Consistência

“No dia do onboarding até falaram sobre o propósito, mas não me lembro qual era.”

Adesão

“As pessoas não entram aqui pelo propósito, trocam de emprego por 50 reais.”

Valores 

 

Conhecimento

“Na parede da Matriz tem, já vi algo sobre os valores sim. ”

Consistência

“Falam que são inovadores, mas se nos arriscamos com  uma coisa nova, falam que não podemos errar.”

Adesão

“Cada área é de um jeito, tem gestor mais resultados, tem gestor mais a gente, nunca sabemos o que esperar.”

Heróis e Histórias

 

Conhecimento

“Sabia que tem uma pessoa na área XXX que é PHD e inventou o processo YYY? Ganhamos um prêmio internacional!”

Consistência

“Não, a história da fundação da empresa não é essa, eu já ouvi que, na verdade…”

Adesão

“Já vi gente sendo promovida na área XXX mas aqui se você segue os valores e comportamentos isso não acontece igual.”

Símbolos

 

Conhecimento

“Nossa nem sabia que tinha esse reconhecimento para quem fizesse isso.”

Consistência

“Teve ano que os melhores vendedores ganharam prêmios, mas pararam com isso, não sei o porquê.”

Adesão

“Antes, ser destaque do mês era uma grande conquista, hoje as pessoas nem ligam, tem gerente que usa para reter a pessoa que pensa em sair.”

Ritos

 

Conhecimento

“Parece que aqui é só chegar e trabalhar, ninguém pensa em criar integração.”

Consistência

“Primeira vez que fazem um evento para ouvir o que pensamos.”

Consistência

“Pessoal do RH até faz umas dinâmicas, mas vinha pouca gente, parece que os gerentes não liberam.”

São frases típicas sobre elementos, parecidas com roupas escondidas na gaveta, há anos sem uso. Elas são sintomáticas e nos ajudam a perceber pontos da cultura que precisam ser repaginados. Aparecem em nossas rodas de conversa, nas entrevistas com colaboradores e até em conversas informais dentro dos projetos. Elas ilustram as incoerências da cultura!

• Não adianta falar que a empresa é super inovadora no onboarding e no dia a dia ter muitos passos para conseguir uma aprovação.
• Não podemos falar que somos uma empresa humana e super parceira e quando alguém está com dificuldades pessoais ser ignorada e não ser oferecido apoio.
• Não podemos falar que somos focados em resultados e promover baseados em afinidade ou em critérios subjetivos.

Dê uma repaginada nos seus elementos e fortaleça sua cultura.

Se você percebe sinais de necessidade de mudança e já sabe do que precisa se desapegar, ótimo. Pode começar a repaginar. Se ainda tem dúvidas, estamos aqui para te auxiliar.

A Santo Caos não é o Queer Eye da Cultura organizacional, mas certamente nossa experiência vai te ajudar a se aprofundar na sua cultura e deixá-la mais consistente e alinhada com o seu propósito. Inicie sua transformação, fale conosco.